Grupo IV | Roteiro Café com Peixe
Local: Mirante da Prainha
Duração: 3 horas
Saída: 9 horas
Percurso: Encontro no Mirante Oscar Corrêa Pita Filho. Descida pelo Canto da Prainha, Ponto de Cultura
e Oficina Estaleiro do Mestre Harildo, Degustação no Paiol, Subida na trilha da Graçainha
Componentes: Araújo, Lucimar, Marcos, Jorge Lucas, Reginaldo e Cristiano.
Contextualização: Fala inicial do filho do pescador que deu nome a esse Mirante. Momento de relembrar
a pesca e a vida dos pescadores, antes da criação da RESEXMar de Arraial do Cabo, em um tempo que o
turismo em Arraial era feito por poucos entusiastas da natureza na sua forma pura. O mirante permite uma visão do entorno onde podemos observar todo o roteiro até a Praia Graçainha, nome dado pelo tipo de peixe mais encontrado no lugar. Falar da Prainha é falar da comunidade que ali vivia. Criativa e descontraída, criou um bloco carnavalesco que percorria toda a cidade espalhando alegria. Ainda há fotos e registros desse tempo. Esse bloco batizado de Escarlate, relembrado por Mestre Harildo um de seus fundadores, no seu local de trabalho e também Ponto de Cultura. Mestre Harildo é uma referência como carpinteiro naval, apesar da pouca visão que lhe resta e tem uma desenvoltura admirável na sua função e na confecção de canoinhas, réplicas em madeira.
Descendo para a areia da praia não dá para deixar de mencionar a chegada da Alcalis no município e a
privatização feita naquele canto de Praia onde há poucos metros de distância para dentro do mar, podemos encontrar uma floresta de gorgonias. No percurso até o paiol, passamos pelas canoas de borçada reformadas pelo Projeto Carpintaria Naval da AREMAC, e os caícos novos, também resultado desse mesmo projeto. Momento de aprendizado sobre as funções da companha que saem para cercar o cardume ou fortuna como chamam os pescadores. Há um tempo atrás, e nem tão distante, a Prainha era cercada pela restinga e inúmeros pés de coco que deram lugar às casuarinas exóticas. Complementando essas informações, o roteiro propicia a aquisição de produtos naturais da flora local, fabricados a partir do conhecimento passado pelas mães e avós: são os produtos da Elisa. E são muitas as variedades de shampoos, cremes hidratantes, loções e sabonetes.
No paiol experimentamos o café com peixe. Peixe salgado desfiado no pão francês e café quentinho. Uma boa conversa e uma demonstração de confecção de redes de pesca, e estamos prontos para a caminhada de baixa dificuldade para Graçainha. Em frente ao antigo paiol, a memória das mulheres guerreiras que lavavam os peixes, salgavam e colocavam nas prensas para fazer a salga. Além de manter o pescado sem necessidade de gelo a salga favorece a confecção de pratos muito saborosos, como o que experimentamos no paiol. No caminho pela praia, aprendemos como o pescado era comercializado. Eram separados em lotes e valores eram oferecidos.
Às vezes eram aceitos produtos que não eram encontrados com facilidade pela comunidade como moeda de troca. Já bem no canto da praia, ficamos sabendo da quantidade de mexilhões eram retirados dos costões da Prainha e ali mesmo desenconchados e ensacados para a venda. Nossos condutores afirmam que já ganharam muito dinheiro com isso. Na trilha, a vista de Arraial e seus costões é deslumbrante e fica ainda mais rica quando se aprende como o vigia se comunica do alto do morro com as canoas lá no mar. Os sinais são minuciosamente demonstrados e o linguajar cabista domina a explicação entremeadas pelos “causos” de pescadores.
Componentes: Kátia, Rose, Jones, Agrimaldo, Arlei, Venuzia.